A Beleza do Essencial
Em uma casa que se deixa invadir pelo jardim, onde o sol entra pelas claraboias e a madeira aquece o chão e o coração, Natalia Grazziotin escolheu diminuir os excessos e viver com muito mais sentido.
Nascida e criada em Passo Fundo (RS), Natalia é jornalista, estudiosa da psicologia positiva e apaixonada pelas sutilezas do cotidiano. De forma leve e generosa, ela compartilha aprendizados sobre comportamento humano, neurociência e filosofia com quem busca desacelerar e simplificar — sempre com os pés no chão e os olhos atentos para o que realmente importa.
“Comecei estudando de forma autodidata, em livros e cursos livres, mas percebi que o que mais gostava de comunicar estava ligado ao comportamento humano”, conta. Foi aí que fez uma pós em psicologia positiva para se aprofundar no tema. Seu trabalho, que une ciência e sabedoria ancestral, virou guia para quem deseja enxergar o extraordinário na rotina do dia-a-dia.
Um olhar para o cotidiano cheio de propósito e poesia
Pequenos rituais, grandes hábitos: antes do celular, ela abre a janela. Observa a luz, o som, o tempo. Procura estar sempre atenta às mudanças de estação, ao horário que o sol está nascendo, se pondo. Reconhece os ciclos do dia — e da vida. “A experiência do contentamento está em enxergar beleza nas coisas simples, aquelas que se repetem no cotidiano e a gente já nem repara mais, sabe?”, afirma Natalia. São esses rituais silenciosos que a conectam com o presente e ancoram seus dias.
Essa filosofia também se traduz no espaço onde vive. Sua casa foi projetada em escala humana, com ambientes de tamanho adequado, o que facilita na manutenção e no aconchego. Além disso, foram feitas escolhas conscientes: pedra moledo nas paredes, ladrilhos feitos à mão, piscina biológica com peixinhos e claraboias que revelam o céu e deixam a luz natural fazer seu show ao longo do dia. É uma arquitetura afetiva, onde tudo tem função e propósito. “O jardim invade a casa em alguns pontos — e a gente gosta de contemplar assim.”
Minimalismo que acolhe
Engana-se quem pensa que minimalismo é frieza ou rigidez estética.
“Existe o minimalismo como estilo estético e artístico e o minimalismo como estilo de vida: este último que me identifico. O meu minimalismo, que eu ensino, é baseado naquilo que é suficiente, nem mais, nem menos, sem excessos”, diz Natalia.
Quando pergunto se o minimalismo e o conforto podem caminhar juntos, na decoração e organização da casa, Natalia responde: “Se você optar por isso, sim. Porque o minimalismo como estilo de vida não abandona a ideia do aconchego. Pra mim, uma casa aconchegante é primordial. É importante reconhecer o que valorizamos para fazer escolhas com intenção. O minimalismo e a intencionalidade andam de mãos dadas. Não precisa ser complicado. Só precisa fazer sentido”, completa.
Por onde começar quando o assunto é simplificar?
Se a rotina pesa, Natalia aconselha começar pelo simples. O primeiro passo é pelo caminho material, pelo físico, palpável. “Você pode fazer uma organização nos armários, escolher uma parte da casa para dar uma geral - isso já cria uma abertura para outras limpezas mais sutis, como a emocional. Feito isso, partimos para o mental: porque segundo as leis herméticas, tudo começa pela mente. Indico escrever o que está confuso e pesado em um diário. Conversar com alguém como forma de ter outras perspectivas sobre os seus problemas também pode contribuir muito. Fazer meditação como forma de liberar espaço mental para conseguir enxergar as coisas com mais clareza. “Limpar o externo pode ajudar a limpar o interno” — e vice-versa, conclui.
Sobre o Clube Minimallista
Natalia criou um espaço que funciona como um guia de simplificação e transformação pessoal. Um programa de assinatura de conteúdos exclusivos sobre vida intencional, organização da rotina e desenvolvimento do autoconhecimento. Esse programa é feito para quem está se perdendo em meio a excessos e quer sentir mais prazer nas coisas simples. Tudo pensado em quem gosta de escutar áudios leves, que elevam a consciência e que tragam uma dose de motivação para fazer o que tem que ser feito.
“É muito lindo quando alguém muda a forma de ver algo que estava enraizado no seu inconsciente, e que atrapalhava a sua vida. Quando alguém me conta que despertou para aquela questão. Que implementou as práticas e isso tem feito bem a ela.”, conta Natalia, emocionada.
Mais do que um método, Natalia defende o minimalismo como caminho para o essencial. “Tudo isso — desacelerar, remover excessos — são ferramentas para acessar uma vida mais tranquila e significativa. A beleza sempre esteve ali. Só precisamos abrir espaço para contemplar os detalhes.”
Bate-bola com Natália Grazziotin
Livro: Felicidade por Acaso, Dan Gilbert
Série: Silo
Podcast: Palestras Filosóficas da Nova Acrópole
Música: Playlist do Clube Minimallista no Spotify
Lugar favorito no mundo: Minha Casa
Perfis que inspiram: @flacavasotti | @getoutsidebr | @giuliaporro | @danisabino.1
@brunavieira | @bellacrusoe | @juliabelinatti
Canto preferido em Passo Fundo: Pães da Adri
Spoiler? Tem novidade vindo aí... mas por enquanto, silêncio e contemplação.